Com o Natal chegando a nossas casas, não podemos esquecer de celebrar a grande estrela dessa festa, o motivo maior dessa grande celebração. E não, não estou falando do Papai Noel. Muito embora o bom velhinho tenha ganhado tamanho protagonismo, temos um personagem maior a considerar, o “aniversariante” do dia: Jesus de Nazaré.
Sim, porque isso é o natal, a comemoração do nascimento de Cristo, que veio ao mundo na data de 25 de dezembro, iniciando a contagem do nosso calendário, que hoje chega a 2025 anos, certo? Bem, talvez não seja exatamente isso. E sem pretender alcançar a sapiência de sacerdotes como o Padre Xiko Bianchin, que nos daria uma aula sobre a história de Jesus, aqui deixo apenas o registro de algumas curiosidades sobre a data e o porquê, definitivamente, esse não é o dia do nascimento de Jesus.
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Fatos históricos... e climatológicos
O evangelista Marcos, afirmou que Jesus nasceu durante o reinado de Herodes, o Grande, pouco antes de sua morte, enquanto Lucas, outro evangelista, relaciona o nascimento de Jesus ao Censo de Quirino, onde as pessoas forma obrigadas a se deslocar para ir até a região onde o censo estava sendo realizado. A questão é que dezembro, na região de Israel, é um mês gelado; e nem mesmo Imperador mais desalmado faria um recenseamento justamente no inverno, sabendo que muitas pessoas acabariam morrendo pelas estradas.
Sendo assim, pensarmos na jovem Maria, próxima a dar à luz, sendo conduzida precariamente por estradas geladas no mês de dezembro é um ponto onde os historiadores são uníssonos em afirmar que não ocorreu.
Mas e o dia 25 de dezembro, o que tem a ver com isso, afinal?
Aqui transcrevo parte da fala de outro historiador célebre, em entrevista à BBC:
“No dia 25 de dezembro, o império celebrava o festival do ‘sol invicto’, o dia em que Zeus, o sol, derrotou a escuridão. Nem mais nem menos que o solstício de inverno, momento em que os dias começam a ficar mais longos.
O solstício é no dia 21, mas os antigos o celebravam no dia 25 porque era a data em que já se notava que o ‘sol invencível’, ou seja, Zeus, estava vencendo as trevas. E quem era o sol invencível? Bem, Jesus. É por isso que essa data é cristianizada e está determinado que o nascimento de Jesus foi em 25 de dezembro”, explica Antonio Piñero, professor emérito de Filologia Grega da Universidade Complutense de Madrid, na Espanha.
Assim sendo, temos que uma festa pagã foi escolhida para ser “resignificada” para celebrarmos o nascimento do “Sol da Vida”; do “filho do Homem”; do Salvador: Jesus de Nazaré, o Cristo.
E mesmo os queridos leitores que podem estar pensando que aqui escrevo para fazer algum tipo de apologia religiosa, saibam que apenas busco lhes convidar a conhecer mais da história desse personagem. Alguém que em uma época cercada de barbárie, tem atribuídas a si palavras de imensa sabedoria, falando de amor ao próximo e perdão. Algo tão simples de se dizer, mas tão difícil de fazer.
E confesso aos amigos que, quanto mais busco o Jesus histórico, mais encontro o Jesus Divino. Alguém que, ainda que não lhe sirva como religião à seguir, quem sabe possa apenas servir como exemplo de vida, para que sejamos mais humildes, mais amigos, mais fraternos, mais humanos.
Paz e felicidade. Um Feliz Natal!